Saturday 6 February 2010

Pop Life


Eu sei que faz um bom tempo desde o início do blog mas infelizmente todos meus compromissos na faculdade me impossibilitaram de postar isto mais cedo.

A exibição Pop Life: Art in a Material World ocorreu na galeria Tate Modern de 01 de outubro de 2009 até 17 de janeiro de 2010. Essa exibição pôs em um mesmo espaço uma variedade de grandes nomes da arte Pop, entre eles Andy Warhol, Damien Hirst e Jeff Koons.

De fato a exibição apresentou trabalhos enfadonhos de vários artistas, ao caminhar pelas salas a idéia de que a exibição estava preocupada demais em ser uma commodity passou pela minha cabeça. Até que certos trabalhos despertaram um faísca em mim e são esses os quais eu posto aqui.


Esse é o Rabbit(1986) de Jeff Koons que como em outras obras, o artista brinca com a propriedade do reflexo e imbui suas esculturas tiradas de citações culturais com a questão sobre identidade. O coelho inflável um ícone pertinente a infância é moldado em aço inoxidável, então um objeto comum é emprestado pelo artista pela conotação afetiva causada pela aparência mas também a característica do consumo compulsivo pode ser inferida ao se traçar uma relação com os hábitos alimentares e reprodutivos da espécie. Interessante como somos forçados a nos ver na escultura por causa da superfície reflexiva.

Essa é uma foto do mural The Magical Princess(2009) de Takashi Murakami. O trabalho de Murakami é um estupro ao nossos olhos e justamente é aí onde reside a genialidade da peça. Usando um turbilhão de imagens tiradas do mundo anime/mangá, o artista nos mostra a essência da arte Pop atual, de certa forma pode-se notar uma descendência do trabalho de Warhol.

O vídeo com Kirsten Dunst representando a Princesa Mágica é o ápice da série de trabalhos de Murakami que ocupavam uma sala inteira da exibição. Ao usar uma estrela de Hollywood num vídeo carregado de símbolos animes, com cores fortes e estrogoscópicas, ele eleva os produtos frívolos dessa indústria de produção em massa ao nível de Cultura Superior simplesmente pela afirmação que faz da sociedade contemporânea com isso levantando o debate sobre o que define a cultura pós-moderna.

A exibição apresentou outros trabalhos interessantes como o de Piotr Uklánski no qual ele faz caricaturas e inscrições em posters de Hollywood e capas de catálogos de artistas trazendo atenção à romantização do tema nazi-fascista pela cultura pop pós-moderna, o trabalho adquire mais importância quando se sabe que o artista é polonês.
Outros artistas com trabalhos interessantes são Meyer Vaisman e Keith Haring ambos levantam a questão de valor e método de produção criativa na atualidade.

Eu peço desculpas pela qualidade das fotos, eu ainda tenho que melhorar minhas qualidades de fotógrafo-espião, a galeria Tate como sempre não permitiu que se tirassem fotos então eu tive que fazê-lo de forma escondida. Um tanto sem lógica essa política especialmente nessa exibição que é sobre arte Pop e cujos artistas aclamam a reprodução em massa e o plágio. Embora eu imagine Damien Hirst não permitindo que seus trabalhos fossem documentados sem que ele ganhe um penny com isso.

Até a próxima exibição o que se meu cronograma funcionar não vai ser tão longe no futuro.